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domingo, 2 de outubro de 2011

O QUE É UM SOCIALISMO CRISTÃO?

O socialismo cristão é um movimento político de esquerda que defende simultaneamente ideais cristãos e socialistas. Os militantes deste movimento advogam que o socialismo e o cristianismo estão ambos interligados e são compatíveis um com o outro. Este movimento tinha a intenção de harmonizar (trabalhador e patrão) em uma sociedade mais justa e pode incluir também na sua ideologia a Teologia da Libertação.



O socialismo de matriz cristã, comumente denominado pelos católicos de Movimento Social Cristão ou Movimento Cristão Social, teve o seu início em meados do Século XIX, nas obras de vários doutrinários cristãos (ex: Henri de Saint Simon, Lamennais, Albert de Mun, Frederick Denison Maurice, Charles Kingsley, Thomas Hughes, Frederick James Furnivall, Adin Ballou e Francis Bellamy). Estes escritores propunham um socialismo novo, baseado nos ideais do cristianismo, oposto à luta de classes e ao ateísmo, mas preocupado com as reivindicações das classes pobres e trabalhadoras, propondo um governo mais justo e uma sociedade mais equilibrada. Este novo socialismo, afastado do materialismo marxista, defende as organizações sindicais, as lutas dos trabalhadores em prol de melhores condições de trabalho e de vida e a justiça social.



O socialismo cristão desenvolveu-se, mais tarde nos círculos católicos, como um ramo ou variante progressista da catolicismo social no qual o socialismo cristão ganhou muita força após a encíclica "Rerum Novarum" do Papa Leão XIII (1891), que em oposição ao socialismo de Proudhon e, mais tarde, ao marxismo ou socialismo científico, mas opondo-se também e de igual modo ao capitalismo, o catolicismo social recusa a luta de classes, promove a colaboração entre patrões e trabalhadores e prega a aplicação da doutrina católica e a intervenção do Estado para corrigir os males criados pela industrialização, criando uma maior justiça social e uma distribuição mais equitativa da riqueza produzida e pretendia assim constituir uma resposta cristã para a questão social alternativa à corrente dominante da Associação Internacional dos Trabalhadores (depois Internacional Socialista).



Na encíclica Rerum Novarum, o Papa reconhece a gravidade das questões sociais provocadas pelo capitalismo, pelo que só os valores cristãos poderiam corrigir esses males sociais. Mas, ao mesmo tempo, ele colocou-se contra quaisquer alternativas igualitárias, revolucionárias, ao afirmar que "a teoria socialista da propriedade colectiva deve absolutamente repudiar-se como prejudicial àqueles membros a que se quer socorrer, contrária aos direitos naturais dos indivíduos, como desnaturando as funções do Estado e perturbando a tranquilidade pública." (Rerum Novarum, n. 7) No entender dos teóricos do socialismo cristão, o cristianismo tem em si mesmo valores socializantes, pelo que o capitalismo é reconhecido como contrário aos valores da fé cristã.



Em Portugal, o socialismo cristão teve início com a Acção Católica Portuguesa, de onde sairam mais tarde líderes do MDP/CDE e da Juventude Operária Católica (JOC). Actualmente, o socialismo cristão está no Portugal pro Vida.



No Brasil, o socialismo cristão está representado por políticos como Marina Silva, candidata à presidência pelo PV nas eleições de 2010.



[editar] Posição da Igreja CatólicaO Magistério da Igreja Católica sempre condenou qualquer forma de comunismo e de algum socialismo que não fosse semelhante à doutrina católica:



"A teoria marxista da propriedade colectiva deve absolutamente repudiar-se como prejudicial àqueles membros a que se quer socorrer, contrária aos direitos naturais dos indivíduos, como desnaturando as funções do Estado e perturbando a tranquilidade pública." (Rerum Novarum, n. 7)

"Ninguém pode ser ao mesmo tempo um católico sincero e um verdadeiro socialista revolucionário" (Pio XI, 1931) [1]

"Entre comunismo e cristianismo, [...] a oposição é radical, e acrescenta não se poder admitir de maneira alguma que os católicos adiram ao socialismo moderado: quer porque ele foi construído sobre uma concepção da vida fechada no temporal, com o bem-estar como objetivo supremo da sociedade; quer porque fomenta uma organização social da vida comum tendo a produção como fim único, não sem grave prejuízo da liberdade humana; quer ainda porque lhe falta todo o princípio de verdadeira autoridade social." (Mater et Magistra, n. 34)

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